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domingo, 9 de janeiro de 2011

Antibióticos

Antibiótico é uma substância que tem capacidade de interagir com micro-organismos unicelulares ou pluricelulares que causam infecções no organismo. Os antibióticos interferem com estes micro-organismos, matando-os ou inibindo seu metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao sistema imunológico combatê-los com maior eficácia.
O termo antibiótico tem sido utilizado de modo mais restrito para indicar substâncias que atingem bactérias, embora possa ser utilizado em sentido mais amplo (contra fungos, por exemplo). Ele pode ser bactericida, quando tem efeito letal sobre a bactéria ou bacteriostático, se interrompe a sua reprodução.
As primeiras substâncias descobertas eram produzidas por fungos e bactérias, atualmente são sintetizadas ou alterados em laboratórios farmacêuticos e têm a capacidade de impedir ou dificultar a manutenção de um certo grupo de células vivas.

História

O primeiro antibiótico identificado pelo homem foi a penicilina. Alexander Fleming, bacteriologista do St. Mary's Hospital, de Londres, já vinha um tempo pesquisando substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas infectadas, pesquisa justificada pela experiência adquirida na Primeira Grande Guerra 1914-1918, na qual muitos combatentes morreram em consequência da infecção em ferimentos profundos e mal-tratados por falta de tratamento adequado.
No ano de 1922 Fleming descobre uma substância antibacteriana no choro e na urina, a qual dera o nome de lisossioma.
E em 1928 Fleming desenvolveu pesquisas sobre estafilococos, quando descobriu a penicilina. A descoberta da penicilina deu-se em condições muito peculiares, graças a uma sequência de acontecimentos imprevistos e surpreendentes.


Abaixo: Estrutura geral das penicilinas. 


No mês de agosto de 1928 Fleming tirou férias e, por esquecimento, deixou algumas placas com culturas de estafilococos sobre a mesa, em lugar de guardá-las na geladeira ou inutilizá-las, como seria natural. Ao retornar ao trabalho, em setembro do mesmo ano, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, fato este relativamente frequente. Colocou-as então, em uma bandeja para limpeza e esterilização com lisol. Neste exato momento entrou no laboratório um seu colega, Dr. Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando, quando notou que havia, em uma das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante, o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.

Abaixo: Staphylococcus aureus
O fungo foi identificado como pertencente ao gênero penicillium, de onde deriva o nome da penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-lo em seu laboratório para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.
Foi o primeiro teste de reação penicilínica realizado em laboratório. Por outro lado, a descoberta de Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos em casos de infecção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Nesse ano e em decorrência do próprio conflito, a fim de evitarem-se baixas desnecessárias, foram então ampliadas as pesquisas a respeito da penicilina e seu uso humano..
Em 1940, Sir Howard Fleorey e Ernst Chain, da Universidade de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina denominada a era dos antibióticos.
Alguns anos mais tarde, Ronald Hare, colega de trabalho de Fleming, tentou, em vão, "redescobrir" a penicilina em condições semelhantes às que envolveram a descoberta de Fleming. Após um grande número de experiências verificou-se que a descoberta da penicilina só tornou-se possível graças a uma série inacreditável de coincidências, que foram:
  • O cogumelo que contaminou a placa, como se demonstrou posteriormente, é um dos três melhores produtores de penicilina dentre todas as espécies do gênero penicilium;
  • O cogumelo contaminante teria vindo pela escada do andar inferior, onde se realizavam pesquisas sobre fungos;
  • O crescimento do cogumelo e dos estratococos se fez rapidamente, condição para se evidenciar a lise bacteriana;
  • No mês de agosto daquele ano, em pleno verão, sobreveio uma inesperada onda de frio em Londres, que proporcionou a temperatura ideal ao crescimento lento da cultura;
  • A providencial saída do Dr. Pryce no Laboratório permitiu que Fleming reexaminasse as placas contaminadas e observasse o halo transparente em torno do fungo, antes de sua inutilização.
Apesar de todas essas felizes coincidências, se Fleming não tivesse a mente preparada e avançada não teria valorizado ou mesmo notado o halo transparente em torno do fungo e descoberto a penicilina.


Antibioticoterapia

Chama-se Antibioticoterapia o tratamento realizado com antibióticos.
Essas substâncias são utilizadas na Medicina para controlar infecções, e sua descoberta revolucionou os tratamentos das doenças infecciosas. Passaram a ser curáveis doenças que antes eram letais, como:

 

Tipos

Há mais de 7000 tipos de antibióticos no mercado, e centenas de similares, fabricados por inúmeros laboratórios farmacêuticos. Podem-se citar por exemplo;

 

Efeitos indesejáveis

O uso contínuo de antibióticos faz com que sejam selecionadas cepas de micro-organismos resistentes a estas drogas, sendo necessária a descoberta constante de novos remédios mais eficazes. Isto tem aumentado consideravelmente o custo do tratamento das infecções, e também criado micro-organismos resistentes, que são um perigo para a saúde pública. Por isso, a auto-prescrição de antibióticos, bem como a prescrição indiscriminada por parte dos médicos, é extremamente prejudicial para o próprio doente e também para toda a população.
Ao tomar um antibiótico mata-se bactérias da flora natural do corpo humano, gerando desequilíbrio, e abrindo espaço para bactérias patogênicas crescerem, aumentando a chance de desenvolver outras infecções. Pode-se, por exemplo, tomar um remédio para dor de garganta e favorecer o surgimento de uma meningite. Outros perigos dos antibióticos são seus possíveis efeitos colaterais que vão desde desconfortos abdominais e diarréias até gravíssimas reações alérgicas.

Resistência antibiótica

A resistência antibiótica é a capacidade dos microrganismos de resistir aos efeitos de um antibiótico ou antimicrobiano. O uso inadequado de antibióticos (na terapia humana e na utilização como promotor de crescimento em animais que fazem parte da alimentação humana) conduz ao aparecimento de resistências, tornando os agentes antimicrobianos menos eficazes. A resistência pode ser adquirida via: transformação, conjugação, transdução e mutação.

Prescrição

Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 50 por cento dos antibióticos são prescritos de forma inadequada.

No Brasil

Para evitar o uso indiscriminado de antibiótico pela população e conter o avanço dos casos de contaminação por superbactérias começaram a valer novas regras a partir de 28 de novembro de 2010 para a venda de antibióticos nas farmácias e drogarias brasileiras (resolução RDC 44 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os medicamentos só podem ser vendidos com a apresentação de duas vias da receita médica, sendo que uma delas ficará com o estabelecimento e outra com o consumidor. A regra vale atualmente para 93 tipos de substâncias antimicrobianas que compõem todos os antibióticos registrados no Brasil. Estão de fora da lista os antibióticos usados exclusivamente em hospitais.



Referências

  1. Resistência Antibiótica. medicosdeportugal.saude.sapo.pt. Página visitada em 1 dezembro de 2010.
  2. Correio do Estado: Entidades contra restrição fazem manifesto hoje. correiodoestado.com.br. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  3. ANVISA – RDC nº 44, de 26 de outubro de 2010. portal.anvisa.gov.br. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  4. Agência Brasil: A partir de hoje venda de antibióticos só com receita médica. agenciabrasil.ebc.com.br. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  5. Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto (pdf). infarmed.pt. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  6. Classificação Quanto à Dispensa. infarmed.pt. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  7. IAPMEI: Decreto-Lei 48547, de 27 de Agosto de 1968 de 1 de Janeiro de 1970. iapmei.pt. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  8. a b PUBLICO.PT: Abuso do recurso a antibióticos em Portugal é um problema de saúde pública. publico.pt. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  9. Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos. infarmed.pt. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  10. Direcção-Geral da Saúde: Programa Nacional de Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos (pdf). dgs.pt. Página visitada em 1 de dezembro de 2010.
  11. Wikipedia. Página visitada em 23 de dezembro de 2010.

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